Um tribunal sudanês condenou uma mulher a ser enforcada por apostasia - o abandono de sua fé religiosa - depois que ela se casou com um homem cristão.
A Anistia Internacional condenou a sentença, proferida por um juiz em Cartum, como "terrível e abominável".
O Sudão tem uma população de maioria muçulmana, que é regida pela lei islâmica. "Nós demos-lhe três dias para se retratar, mas você insiste em não retornar ao islamismo. Será condenada ao enforcamento até a morte”, disse o juiz à mulher.
Embaixadas e grupos dos direitos ocidentais estão entrando em conflito com o Sudão, para que o governo respeite o direito da jovem, que está grávida de 8 meses, de escolher sua religião. O juiz também condenou a mulher a 100 chibatadas após ter convencido a todos de que ela era adúltera, pois o seu casamento com um homem cristão não era válido segundo a lei islâmica.
A Anistia Internacional disse que a mulher, Meriam Yehya Ibrahim Ishag, foi criada como um cristã ortodoxa, religião de sua mãe, pois seu pai, um muçulmano, teria sido ausente durante a sua infância.
Havia pequenos grupos de manifestantes fora do tribunal, pessoas que apoiavam e que não apoiavam a punição de Meriam. Cerca de 50 pessoas cantando "Não à execução de Meriam" foram confrontados por um grupo menor que apoiaram o veredicto, mas não houve violência.
Um pesquisador sudanês da Anistia, Manar Idriss, condenou as punições, dizendo que apostasia e adultério não devem ser considerados crimes. "O fato de que uma mulher ser condenada à morte por sua opção religiosa e ser açoitada por ser casada com um homem de uma religião supostamente diferente é algo terrível e abominável", disse ele.
A mulher foi presa e acusada de adultério em agosto de 2013, e o tribunal acrescentou a acusação de apostasia em fevereiro de 2014, quando ela disse que era uma cristã e não muçulmana. Seus advogados estão correndo contra o tempo para conseguirem libertá-la dessa sentença.
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Fonte: Jornal Ciencia
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